terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu, o soccer e o futebol

Comecei a assistir o futebol americano com a mesma má vontade que a maioria dos brasileiro. Meu irmão gostava, torcia, comprou camisas, e eu sempre lá com a minha ignorância sobre o jogo e meus pré-conceitos, assistindo apenas alguns lances perdidos e com a maior impaciência pra aquela cambada de brutamontes. Certa vez resolvi dar uma chance ao futebol e a mim. Gostei. Mas exitei em gostar: "Não, eu não gostei disso. É apenas um sentimento de quem nunca assistiu uma partida inteira". Quanto engano. A partir dali nascia mais um apaixonado pelo esporte.

Hoje eu assisto todos os jogos e o meu irmão assiste um ou outro dos Eagles, que é o time dele. Eu não tenho time, ainda. Ouso torcer algumas vezes pelos 49ers (pelo sofrimento que vi de muitos torcedores), admiro os Packers e a força de uma 'cidadezinha' ser uma das maiores potências da liga, os Redskins soam, pra mim, como patinhos feios. É mais ou menos como vejo. Mas assisto a todos os jogos, independente de quem jogue. Foi uma paixão que eu exitei. Mas que eu não pude evitar.

Quanto ao nosso futebol com tantas falcatruas de seus principais dirigentes, clubes desorganizados, e tantos outros problemas sociais que acabam refletindo nele, eu tenho deixado de assistir. Seria mentiroso em dizer que não gosto mais. Eu gosto, muito. Mas tenho deixado de lado. Seleção? Faço questão de torcer contra. Prefiro um Colts x Jaguars (Uns dos piores times nessa temporada)  na NFL do que um jogo da seleção da CBF e dos seus gangsters.

Tenho meu direito de escolher do que gostar e isto é mais que claro, não preciso abordar isso. Mas para os mais desavidados e para os que não me conhecem soa mais como um "americanismo" do que como uma admiração pelo esporte, infelizmente. Tenho uma visão peculiar sobre o "americanismo" que o brasileiro tanto reluta e que no final das contas acaba agindo da mesma forma.

Quanto ao jogo em si: muita estratégia, muitas alternativas, finais de jogos espetaculares, viradas incríveis, aquele brutamontes que pouco corre marcando um touchdown, aquele magrinho correndo em corredores de gigantes. Sentimentos que o "soccer moderno" não consegue igualar com o seu "fair play" de mentira, uma cambada de mercenários que se dizem jogadores e dirigentes dignos dos torcedores que matam por causa de uma torcida organizada.

Tenho gostado mais do futebol deles. E não me arrependo disso.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Fábulas Fabulosas - Os deveres da hospedagem


Um moço bem moço mas já bem brasileiro soou um berrador na porta de um velho vizinho do Pantanal pra tomar umas e outras. O velho serviu uma cachaça, mas se lamentou: "Infelizmente não tenho nada pra fazer uns petiscos pra acompanhar essa bebidinha." "Não seja por isso", disse o moço, "abatemos meu cavalo." "Que é isso?", disse o velho. "Aqui ninguém pode viver sem montaria." "Eu monto naquilo ali", disse o moço apontando um franguinho no quintal. "Eu bem que lhe oferecia meu franguinho", disse o velho entendendo, "mas não tenho com que fazer fogo." Não seja por isso", disse o moço tirando o casaco, "queimamos meu gibão de couro." "E depois como é que você ia se proteger do vento?". "Ora", respondeu o moço, "eu uso os galhos daquela cerca ou queimo as traves de madeira do seu barraco."

MORAL: VOCÊ TEM QUE LEVAR VANTAGEM EM TUDO. 

Millôr Fernandes